esta última semana assisti novamente o filme “Sunshine – O Despertar De Um Século”, dirigido por István Szabó. Excelente. Recomendo-o a todos. Trata-se da saga de uma família judia húngara, contada por um de seus membros. Na história, a qual é baseada em fatos verídicos, vemos a transição daquele país, desde a época do Império Austro-Húngaro no séc. XIX, até a queda do comunismo na metade final do séc XX.
Obviamente não contarei aqui o filme, mas apenas gostaria de ressaltar dois pontos, os quais encontram-se presentes em praticamente toda a narrativa. Primeiro, em meio ao drama familiar, que envolve traições e paixões, ficam bem claras as formas pelas quais novas ideologias substituem velhas ideologias. No enredo, vemos inicialmente a monarquia: ela promete proteção e liberdade para o povo. A monarquia é suprimida e em seu lugar chega o fascismo, também prometendo proteção e liberdade para o povo. Após a queda deste regime, surge o comunismo, cuja bandeira é, adivinhem, proteção e liberdade para a população. Assim, sempre a partir dos mesmos ideais, todos os regimes seguem pautados por corrupção, perseguição e extermínio, fazendo da realidade algo quase insuportável. Em cada um dos regimes ideológicos não faltam os tais “soldados da liberdade”, sempre arregimentados com o fito único de oprimir todos os oponentes da ideologia em voga. E assim vemos, ao longo de toda a narrativa, como a promessa de liberdade pode mascarar a mais ferrenha das opressões.
O segundo ponto o qual destaco é sobre um dos membros da família em questão. Sobre esta pessoa é dito pelo narrador ser ela a possuidora do verdadeiro segredo da família: ter a mente livre. Mas, para que você entenda o porquê disto, será preciso ver o filme.
Abraços.
Carlos Raposo
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