onta-se que, certa feita, Alexandre da Macedônia, o Grande, após triunfar sobre os gregos e entrar em Atenas como conquistador, ali soube da existência daquele considerado um verdadeiro sábio pelos atenienses, o mais sábio dentre os homens: Diógenes de Sínope.
Segundo relataram ao Grande, Diógenes fora pupilo do célebre Antístenes de Atenas, por sua vez fundador do Cinismo e notável discípulo de ninguém menos do que o próprio Socrátes. Diógenes era natural de Sínope (hoje, uma cidade da Turquia), mas quando questionado sobre sua naturalidade, se havia ou não nascido em Atenas, respondia simplesmente que era “uma criatura natural do cosmos, e não de uma cidade nem de um estado”.
Conforme as lendas que cercam seu nome, Diógenes, por desprezar praticamente tudo o que considerava mundano, vivia em trapos e perambulava pelas ruas atenienses carregando uma pequena lamparina acesa. Diógenes falava que estava a procurar pelo menos um homem de verdade, um que vivesse por si mesmo, que não fosse apenas membro de um rebanho. Acabou capturado por piratas e posto a venda como escravo. No mercado, foi comprado por um nobre que lhe incumbiu da instrução de seus dois filhos.
Ao perguntar onde poderia encontra o tal sábio, Alexandre escutou que Diógenes morava num barril, nas proximidades de um porto, diziam. Alexandre, sabendo da enigmática busca empreendida por aquele estranho sábio, apressou-se em procurá-lo. Encontrando Diógenes sentado no chão ao lado de seu barril, tomando sol, o imperador, extasiado, apressou-se em lhe dizer: “Sou Alexandre, aquele que conquistou todas as terras. Peça-me o que quiser que eu lhe darei. Palácios, terras, honrarias, escravos ou tesouros jamais vistos. O que você quer, ó Sábio?”. Diógenes, levantou os olhos e respondeu: “Senhor, apenas não tire de mim o que não pode me dar”.
Percebendo que se posicionara entre Diógenes e o sol, Alexandre, perplexo ante a profundidade do que havia escutado, se retirou daquele lugar, deixando também a Capital grega, para nunca mais voltar.
Alexandre, o Grande, é considerado o maior conquistador da história. Diógenes, por sua vez, é considerado o maior entre os filósofos Cínicos.
Abraços.
Carlos Raposo
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Créditos da imagem: “Diógenes”, de John William Waterhouse (fonte, wikipidia)
com esta lamparina se deveria entrar no congresso e no judiciario.porque no Brasil até o cinismo foi deturpado.
ate mais
Ola.Meu nome e Renata Gomes, e eu li sobre Diogenes,o maior filosofo e adorei a historia.Eu ja tinha ouvido falar dessa historia na minha escola, e fiquei tao impressionada que decidi ler outra vez,mas agora na internet.Eu acho que voce deveria divulgar mais seu site, pois tem informacoes muito ricas.Mesmo eu tendo 11 anos eu adoro historias assim.
Um abraco, Renata.
Recife, sábado, 04.12.2010
Ilustríssimo Senhor Carlos Raposo
Cordiais saudações.
Conheci faz poucos instantes o seu “site” e felicito-o pela iniciativa e sobretudo pelo didatismo da sua exposição histórico-filosófica. Parabéns! O senhor está prestando um grande serviço ao povo brasileiro.
Caso seja possível, humildemente sugiro que coloque após cada texto o referencial bibliográfico para ulterior consulta.
Atenciosamente,
Walker Bezerra Vieira
walkerbv@terra.com.br
Recife, sábado, 04.12.2010
Ilustríssimo Senhor Carlos Raposo
Cordiais saudações.
Conheci faz poucos instantes o seu “site”. Felicito-o pela iniciativa e sobretudo pelo didatismo da sua exposição histórico-filosófica. Parabéns! O senhor está prestando um grande serviço ao povo brasileiro.
Caso seja possível, humildemente sugiro que coloque após cada texto o referencial bibliográfico para ulterior consulta.
Atenciosamente,
Walker Bezerra Vieira
walkerbv@terra.com.br
Página bem cuidada, belo texto! Parabéns.
Muito interessante!
Tenho algumas perguntas a serem respondidas!
-Por que Diógenes não pede nada para Alexandre?
-O que significa a palavra Cínico? E qual a relação com o modo de vida de Diógenes?
-Qual o significado da declaração de Alexandre?
-Quais asa características principais da filosofia cínica?
essas são as minha duvidas.
Dayane;
Respondendo
– possivelmente, porque nada do que Alexandre tinha e havia conquistado interessava a Diógenes. Essa era uma das característica dos Cínicos. Pouca coisa realmente interessava a eles.
– Não há muita certeza quanto a origem da palavra cínico. Alguns sugerem que seu significado seria “cão”, indicando que os cínicos viviam como cães. Conta-se que em boa parte de sua vida, Diógenes viveu na miséria, morando nu numa espécie de barril, levando uma vida de cachorro.
– Como Alexandre fora um grande conquistador, ele acreditava que podia dar qualquer coisa ao cínico.
– Basicamente, o cínico era alguém com um nível muito alto de desapego, sem posses e sem valores (inclusive morais) a serem defendidos. No mais, sugiro a leitura do ótimo livro “Os Cínicos – o Movimento Cínico na Antiguidade e o Seu Legado”, organizado por Marie-Odile Goulet-Caze e R. Bracht Branham; publicado pela editora pela Loyola.
Abraços.
Obrigado pelas respostas, mas tenho mas uma…
Porque Diógenes veste-se do modo retrata a foto?
gostaria de saber se a filosofia trouxe alguma influencia para a educação??,qual a relação?
gostaria de saber se a filosofia cínica trouxe alguma influencia para a educação??,qual a relação?
Maravilhoso este texto. Eu estava a procura do mesmo devido à uma citação do meu professor de CPTGE. Muito bom mesmo !
Diógenes falou ao venerado Alexandre: “AFASTA-TE, NAO ME TAPES O SOL”. Em seguida Alexandre se retira, seguido por seus oficiais, que, indignados, insultam e zombam o velho pensador. Mas Alexandre ordenou-lhes que se classem.
E comentou: “Se eu nao fosse alexandre, queria ser Diógenes”.
Tenho 62 anos, fico feliz em ver que ainda existe pessoas que aprecia o conhecimento e mais ainda em ver tantos jovens com tanto interesse, me conforta saber que os nossos jovens esta de tudo perdido. Parabem a todos sigam em frente o infinito e o vosso limite.
Já ouvira noutra data tal historia, mui grata, Sandra.
notavel o desafio do diogenes diante do alexandre da macedonia.difere bastante de muita gente hoje que bajula poderosos e vendem a alma.
Certa vez Diógenes numa festa foi recebido por ossos, já que era conhecido por cão. Este respondeu a altura como cachorro urinando nestes.
Eu ainda estou perplexo quanto a resposta de Diógenes, quando foi repreendido por se masturbar em praça pública, ele disse :”Oh! Mas que pena que não se possa viver apenas esfregando a barriga!”
Faltou postar a história de que Alexandre sentia atração física por Diógenes, por isso mandara servos para convencer Diógenes a ir com Alexandre, certa vez, um servo de Alexandre disse ao Diógenes que se ele fosse junto de Alexandre, não iria mais precisar viver com um prato de lentilha por dia (o que era dado aos mendigos naqueles tempos) e Diógenes respondeu ” se você aprendesse a viver com um prato de lentilha por dia, não precisaria se sujeitar a obedecer a Alexandre”
Um adendo ao texto: o célebre encontro de Diógenes e Alexandre aconteceu em Corinto.
“No mercado, foi comprado por um nobre que lhe incumbiu da instrução de seus dois filhos”. – quem seria esse nobre e os seus dois filhos???
Olá;
Na fonte que usei para este texto, “Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres”, de Diógenes Laértios (UNB, 2008), nada é mencionado sobre quem seriam o nobre e seus filhos. Uma pena.
Abraços.
Diógenes está patente num celebre pintura a óleo no Museu de Louvre em Paris. O quadro retrata a cena do nefasto sentido de posse e de riqueze qu Diógenes criticva e abominava nas possoas. Para Diógenes o homem devia possuir o absolutamente indispensável. Tudo o mais não devia interessar ao homem. Diógens tinha umaespécie de colher ou pequeno objecto com que saciava a sede na água de um pequeno rio. Um dia viu uma crinça abeirar-se daágua, juntou as mãos e serviu-se das mãos para levar a águ à boca. Diógenes o ver que a su colher ou recipiente não er necessário para nada jogou-o fora dizendo: como pude possuir um objecto tão futil sem utilidade nenhuma. É justamente essa cena que surge retrtada no célebre quadro existente no Louvre.